As autoridades da Malásia anunciaram neste domingo (9) que as
equipes de resgate ampliaram a área de busca nas águas do Golfo da Tailândia
após informarem que o avião da Malaysia Airlines pode ter dado um giro na rota
antes de desaparecer. O ministro da Defesa e de Transportes, Hishammuddin
Hussein, disse que as autoridades estudam todas as possíveis razões de uma
meia-volta deste tipo. "O desaparecimento do MH370 não é algo que possamos
analisar superficialmente e não podemos descartar nenhuma possibilidade.
As
agências de inteligência de países relevantes foram informadas e
compartilharemos a informação à medida que a investigação avançar", disse
Hishammuddin. Em entrevista coletiva posterior, autoridades da
Aviação Civil e das Forças Armadas malaias disseram que os radares confirmam
que o avião realizou essa manobra de giro, mas que não houve nenhuma
comunicação do piloto como o protocolo estabelece. Também não foi recebida
nenhuma mensagem de alerta ou emergência vinda do avião antes de desaparecer,
acrescentaram.
Parentes dos passageiros viajarão entre este domingo e
segunda-feira (10) para Kuala Lumpur, a capital da Malásia, onde serão
assistidos diretamente pela companhia aérea. A Malaysia Airlines ofereceu a
viagem a cinco familiares de cada um dos passageiros que embarcaram no voo, e
abriu hoje um sistema de registro em um hotel da capital chinesa, onde estão
hospedados os próximos dos desaparecidos.
Passageiros investigados
Os
serviços de segurança investigam a lista de passageiros do voo MH370 após
descobrirem que pelo menos dois deles viajavam com passaportes falsos e haver
suspeitas sobre a identidade de pelo menos outros dois. "Estamos
investigando a lista inteira de passageiros, não só desses quatro", disse
Hishammuddin em entrevista coletiva no aeroporto de Kuala Lumpur.
"Ao
mesmo tempo nosso serviço de inteligência foi ativado e as unidades
antiterroristas de todos os países relevantes foram informadas",
acrescentou o ministro.
As autoridades da Malásia começaram a analisar neste
domingo as imagens do circuito fechado de televisão (CFTV) do aeroporto em que
os dois passageiros que utilizaram passaportes roubados para embarcar no avião
de Malaysia Airlines, desaparecido desde sábado, são vistos.
As imagens do
circuito interno de segurança do aeroporto foram colocadas à disposição dos
investigadores. O objetivo é identificar os passageiros que embarcaram com
passaportes roubados. “Temos imagens desde a zona de registro até a de embarque
e saídas”, disse o diretor-geral do departamento de Aviação Civil, Azharuddin
Abdul Rahman.
Apoio
internacional
O Conselho Nacional de Segurança do Transporte
dos Estados Unidos (NTSB) informou neste domingo que enviou uma equipe de
especialistas à Ásia para ajudar a investigar o desaparecimento. Em comunicado o NTSB informou que a equipe viajou
na noite de sábado, acompanhado de “assessores técnicos” da Boeing, fabricante
do avião, e da Administração Federal de Aviação americana (FDA). O FBI também
enviará agentes à Malásia para ajudar na investigação, informou uma fonte
oficial americana ao canal “CNN”. O FBI participa da investigação porque
viajavam cidadãos americanos a bordo do voo MH370 (três, segundo a companhia
aérea) e não descarta o terrorismo nem nenhuma outra causa.
Mancha de óleo
Hishammuddin confirmou a presença de manchas de óleo no mar entre Malásia e
Vietnã, mas ressaltou que, por enquanto, não foi encontrado nenhum destroço da
aeronave. Um avião do Vietnã avistou no sábado (8) à tarde duas manchas de óleo
ao sul de Tho Chu que seria compatível com o resíduo que o carburante do avião
desaparecido deixaria. Nas tarefas de busca e resgate participam 22 aviões e 40
embarcações de Malásia, Vietnã, Cingapura e Indonésia. As autoridades chinesas
enviaram dois navios de guerra e um civil para ajudar na busca e no resgate.
Da EFE