Ex-vereador, ex-vice-prefeito e
prefeito de Pedra Branca, por duas vezes, na década de oitenta, o Senhor José
de Sousa Jó, hoje com 85 anos, tem uma velhice precária, angustiante e
sofrível, praticamente sozinho num quarto [na sua casa em Pedra Branca] sem as
mínimas condições de conforto para um idoso, ainda mais para alguém que no
passado deu sua contribuição ao andamento administrativo do município que
começava a se desenvolver.
O blog recebeu essa
denúncia/informação do seu irmão Antônio de Sousa Sobrinho [que mora em
Itaporanga e, hoje, esteve em Pedra Branca visitando-o], que junto com ele
comandou os destinos do município por tempo razoável.
Antônio ficou chocado, indignado e
revoltado, com a situação desumana como vive o irmão. Ele pede ao poder público
local um pouco de atenção, de compaixão, para este caso. Zé de Sousa, como é
mais conhecido, tem como alento a companhia, parte do dia, de um neto [que
precisa ausentar-se no período da tarde e noite para estudar]. O que recebe
como aposentadoria, não dá pra sobreviver dignamente, nem para comprar um
colchão que seja mais confortável do que o farrapo de espuma que serve pra
deitar o corpo já cansado da vida.
No quarto da casa, aonde decisões importantes para o município já foram tomadas, Zé de Sousa tem à sua disposição, além de uma cama já gasta apenas um outro móvel surrado pelo tempo, além de cadeira com estofado já gasto. Nem ao menos um ventilador para amenizar o calor, ele dispõe. Vive há alguns anos com catarata, que causou a perca da maior parte de sua visão, além de estar quase moco. Gasta a maior parte do que recebe com remédios. Paga R$ 200,00 a uma pessoa para fazer as refeições, e mais não lhe sobra. Mas, o mais angustiante para ele deve é a solidão.
Apesar dos esforços despendidos para garantir uma velhice cada vez mais ativa e saudável, a maioria dos idosos experimenta alguma fragilidade nessa fase. Dentre as alterações que conduzem o idoso à dependência destaca-se aquelas relacionadas ao adoecimento, as quais, por suas características de cronicidade, geram situações que necessitam da presença de outrem por longos períodos, sendo, nestas ocasiões, a família a principal fonte de cuidados. E quando a família assim não puder o poder público tem a obrigação de intervir e fazer sua parte, como reza a nossa Carta Magna. Esta é uma estrutura universal e qualquer sociedade humana se forma pela combinação destas relações.
Muitas vezes completamente impotentes frente à magnitude do problema, nada parece sensibilizar as autoridades emissoras de políticas sociais no sentido de programar a articulação de sistemas de suporte aos idosos dependentes e aos seus cuidadores, por meio de serviços já existentes. É um erro considerar que, por estarem nas casas de suas famílias e terem uma pessoa cuidando deles, os idosos frágeis e dependentes não estariam necessitados de formas sistemáticas de apoio, demonstrações de cuidados físicos e visitas de profissionais de saúde e de amparo social.
O caso que se apresenta é uma situação à qual o poder público não pode se omitir. Deve agir e cuidar!
Fonte: www.rpscom1.blogspot.com.br